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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Bradesco: PIB vai crescer 6% em 2010. Bye-bye Serra 2010 !



Bradesco: PIB vai crescer 6% em 2010. Bye-bye Serra 2010 !
2/dezembro/2009 8:43

O consumo da nova classe média vai enterrar o Zé Pedágio
Do último boletim do Bradesco, sob a responsabilidade do respeitado economista Octavio de Barros:
PIB brasileiro deverá crescer 6,1% em 2010, guiado essencialmente por forte consumo e investimentos
1.Revisando o cenário de crescimento
O crescimento econômico brasileiro segue surpreendendo a cada nova divulgação. A combinação de estímulos fiscais e monetários com expansão do crédito doméstico e externo tem feito com que a atividade cresça de forma mais intensa do que o antecipado, com reflexos importantes na redução da ociosidade, tanto do mercado de trabalho quanto da utilização da capacidade industrial. Como consequência, a confiança de empresários e consumidores segue se elevando de forma importante.
Os resultados do PIB do terceiro trimestre, a serem divulgados na próxima semana, revelarão uma economia que se expande a taxas robustas (7,6% em termos anualizados1), com destaque para uma importante retomada dos investimentos (26,2% em termos anualizados).
Essa retomada dos investimentos é fundamental por dois aspectos: primeiro porque revela que o setor privado está crescendo justamente no momento em que os estímulos fiscais, como a redução do IPI, estão diminuindo, sugerindo que o crescimento da economia será sustentável a
despeito da redução dos estímulos. Em segundo lugar, esse aumento dos investimentos revela uma leitura generosa a respeito do futuro por parte dos empresários, que antecipam continuidade do aumento da demanda nos próximos trimestres e, portanto, aceleram hoje os investimentos, o que pode ser importante na mitigação dos riscos inflacionários no médio prazo.
Antes de falarmos dos determinantes futuros de demanda que estão governando as decisões de investimento, vale destacar um ponto a respeito deste quarto trimestre, que é nossa aposta em aceleração do ritmo de crescimento em relação ao trimestre anterior.
Os dados que observamos até o momento mostram que o crescimento do terceiro trimestre, ainda que tenha sido ajudado por uma recomposição de estoques na indústria, se sustentará ao longo deste final de ano por conta da expansão dos investimentos e da indústria além do consumo.
Em nossas simulações preliminares, o PIB deste quarto trimestre poderá crescer 9,1% em termos anualizados, superior, portanto, ao terceiro trimestre.
À medida que este cenário se confirmar, nos parece bastante provável que o Banco Central (BCB) comece a mudar um pouco o discurso em relação à existência de elevada ociosidade na economia, uma vez que o PIB estará crescendo há três trimestres consecutivos a uma taxa anualizada superior à do PIB potencial (estimada por nós em 4,5%).
É verdade que o nível do PIB corrente (e não a variação) ainda permanecerá ligeiramente abaixo do potencial neste quarto trimestre, mas essa folga passa a se reverter já no início do próximo ano em nosso cenário, quando, então, os juros já devem iniciar um processo gradual e retorno ao nível neutro. Se nossa avaliação do quarto trimestre estiver correta, o PIB de 2009 deverá crescer 0,5%, o que implica em um carregamento forte para o crescimento de 2010: para que o país cresça os 6,1% que esperamos no próximo ano, basta que o PIB cresça, em média, 4,3% em termos anualizados a cada trimestre, ou seja, trata-se de uma taxa de crescimento próxima à do potencial e, portanto, não muito difícil de ser atingida.
A retomada do investimento em nosso cenário está pautada, por sua vez, na expectativa de aumento da demanda doméstica. Em nossa visão, a taxa de desemprego ao longo de 2010 visitará o recorde de baixa desde que temos registro da série; além disso, o mercado de trabalho será reforçado por um crescimento de renda de 2,7% em termos reais, tanto por parte do setor público como do setor privado: elevação real de cerca de 5,0% do salário mínimo, 2,5% a 3,0% para as demais aposentadorias e elevação já contratada dos salários de servidores públicos. O crédito, por sua vez, tanto para consumo quanto para as empresas seguirá em expansão, favorecendo ainda mais essa sustentação da demanda. Esperamos que o consumo das famílias cresça 5,1% em 2010.

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