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sábado, 5 de dezembro de 2009

Eu, educador!

Muitas vezes desiludido, outras vezes apaixonado, a educação me trás rompantes de alegria e momentos de tristeza.Os anos vão passando e tento me sair, buscar novos ares, nova profissão, mas no frigir dos ovos, acabo lecionando.Tenho paixão pelas aulas, sou um apaixonado pelo contato humano, essa interação com as pessoas, o contato contínuo com o universo.
Marco Mota

A batalha de FHC para destruir a Petrobrás





Vai aí, primeiro uma matéria que orgulha o nosso Brasil e nosso povo brasileiro e engradece a nossa soberania e o espírito patriotico. Isto só foi possível graças ao governo Lula. A outra logo (abaixo) fala tudo o que o Farol de Alexandria fez para que isto que está acontecendo hoje com a Petrobras não chegasse a contecer e para que a Petrobrás fosse entregue como foi entregue a Vale, o Sistema Telebrás e outros.
PS. Não esquecer de citar a venda (a preço de banana) de cerca de 40% das ações ADR’s da Petrobras no governo do Farol na Bolsa de Wall Street, ações com direito de voto.
Vale a pena divulgar isso,para refrescar a cabeça do povão que vai ficar ainda mais retado com esses agentes do atraso, os “DEMOTUCANOS”.
A primeira reportagem:
Petrobras é a terceira maior empresa de capital aberto das Américas.

Pesquisa da consultoria Economática mostra que companhia cresceu US$ 192,5 bilhões em valor de mercado entre dezembro de 2002 e novembro de 2009 e só está atrás da Exxon e da Microsoft.
A Petrobras é a terceira maior empresa de capital aberto do continente americano, segundo estudo divulgado nesta terça-feira (10/11) pela consultoria Economática. A pesquisa mostra que a companhia teve um crescimento de US$ 192,5 bilhões de valor de mercado, entre dezembro de 2002 e novembro de 2009, passando de US$ 15,4 bi para US$ 207,9 bi. A primeira e segunda colocadas da lista são as empresas americanas Exxon (US$ 345,8 bi) e Microsoft (US$ 257,4 bi).
No final do 2002 a Petrobras ocupava a 121ª colocação no ranking das maiores empresas de capital aberto do continente. Desde então, a Petrobras subiu 118 posições.
O resultado coloca a Petrobras à frente de empresas como Wal Mart (US$ 200,6 bi), Apple (US$ 181,5 bi) e Procter & Gamble (US$ 180,7 bi), que ficaram respectivamente na quarta, quinta e sexta posições na lista, que inclui ainda outras multinacionais como Google, Johnson & Johnson, Texaco e Coca-Cola.
Rio, 10/11/2009

Agora, a história do entreguista Fernando Henrique Cardoso, passo a passo:

FHC(PSDB), o algoz da Petrobras

O pai, grande lutador pela empresa, o filho fez tudo para destruí-la.
O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu uma missão: desmontar o País. A Petrobras está na sua longa agenda macabra de demolidor do futuro.
Acompanhe os passos de FHC rumo ao seu grande objetivo:
1993
Neste ano, o então ministro FHC promoveu um corte de 52% no orçamento de 1994 da PETROBRAS. Isto só não paralisou a empresa porque estourou no Congresso o escândalo do Orçamento, impedindo que se fechasse o orçamento geral da União antes de outubro de 94. Ainda assim a PETROBRAS teve retardados diversos projetos em andamento.
1994
Através do Departamento Nacional de Combustíveis, o ministro FHC promoveu uma manipulação da estrutura de preços que transferiu, permanentemente, da PETROBRAS para as multi nacionais da distribuição cerca de US$ 3 bilhões/ano. Nos 6 meses que antecederam a URV o governo deu dois aumentos por mês aos combustíveis para compensar a desvalorização diária da moeda nacional frente ao dólar.
Nesses aumentos, a parcela da PETROBRAS aumentava abaixo da inflação enquanto a das distribuidoras aumentava acima da inflação. De dezembro de 93 a abril de 94 os aumentos foram de: a) inflação 536%; b) parcela da PETROBRAS 491% e c) distribuidoras 703%. Com a Urverização os ganhos e perdas respectivas se tornaram permanentes, criando no Brasil a maior margem de distribuição do mundo.
1995
O governo, mais uma vez, faltando com o compromisso negociado com a categoria, levou os petroleiros à greve com o firme propósito de destruir o sindicalismo brasileiro. E colocou tropas militares nas refinarias, deixando as distribuidoras de combustíveis e de gás sonegarem os produtos. Há documentos do DNC provando isto.
Pelo Cano
Em 1995, deflagrou a construção do gasoduto Bolívia-Brasil que vai permitir às empresas do Cartel das 5 irmãs venderem uma massa de 1,1 trilhão de m3 de gás ao único cliente possível (150 bi na Bolívia, 350 bi de m3 em Camisea, Peru, descoberto pela Shell em 1983 e até hoje não explorado e 600 bi de m3 na Argentina, pertencentes à Shell, Enron e British).
A PETROBRAS constrói o duto (economicamente inviável) drenando recursos que poderiam ser aplicados na Bacia de Campos, onde o retorno é acima de 60% ao ano. O gás vai ser usado em termoelétricas. Teremos uma matriz energética mais poluente e estaremos dependentes de energia externa fornecida por um monopólio natural, comandado por multinacionais. Mary Quinn, diretora de investimentos do C.S.F. Boston declarou que não consegue explicar este investimento da Petrobras.
Quebra
Em 1995, a quebra do monopólio do petróleo com pressões, chantagens e barganhas com o Congresso Nacional.
Ainda em 1994, no governo Itamar, as estatais estratégicas, durante o processo de Revisão Constitucional, enviaram os seus técnicos a Brasília para dar informações sobre os dados significativos das empresas. Isto ajudou a impedir que a Revisão Constitucional se realizasse. No governo FHC os empregados foram proibidos de ir ao Congresso conversar com os parlamentares sob pena de demissão. O Decreto 1.403 de fevereiro de 95 criou o SIAL – Serviço de Informação e Apoio Legislativo, que foi o grupo de “Intelligentzia” criado com a missão de verificar a ida dos empregados para fins de demissão.
1996
Anulação do Contrato de Gestão. Envia a Lei 9.478 que quebra o monopólio da União (art. 26), permite a exportação (art. 60) e cria subsidiárias (art. 65) para cumprir o plano C.S First Boston de desmonte da empresa.
Também em 96, na Europa, os governos assinam um contrato de Gestão com as empresas estatais e estabelecem metas a serem cumpridas pelas empresas.
Caso as metas não sejam cumpridas rolam cabeças de dirigentes. Mas o governo não interfere na gestão das empresas. Por isto elas são eficientes e lucrativas a ponto de comprarem estatais no exterior, inclusive no Brasil. Aqui as estatais são violentadas pelo governo. É o único caso do planeta Terra, em que o acionista majoritário trabalha contra a sua empresa. O governo Collor mudou, em dois anos, 6 presidentes e 24 diretores. O governo FHC vem fazendo um estrago maior. O governo FHC anulou o contrato de Gestão que havia entre o governo e a Petrobras.
O Golpe
FHC envia ao Congresso a Lei 9.478 que iria regulamentar o setor de petróleo após a quebra do monopólio em 1995. A Lei extingue violentamente a Lei 2.004 que criou a PETROBRAS após um dos maiores movimentos cívicos ocorrido no País. A Lei, além de desrespeitar a Constituição em vários artigos, efetiva a quebra do monopólio da União.
O artigo 26 é claro: a concessionária que produzir o petróleo torna-se sua proprietária, cabendo à União o monopólio de rocha vazia. O artigo 60 permite a exportação do petróleo. O nosso petróleo que poderia nos suprir por 40 anos, pode ser exaurido em 10 anos. As Cinco Irmãs têm hoje menos de 5% das reservas mundiais. Usarão as nossas. A Lei é um conjunto de artigos que anulam a Constituição e o bom senso.
1997
Cria a ANP e nomeia o genro para comandar o processo de engessamento da Petrobras.
Corte de R$ 1 bilhão nos investimentos. Obriga a empresa a apelar para parcerias. Os parceiros, que nada investiram, passam a repartir os lucros.
FHC cria a ANP – Agência Nacional do Petróleo, presidida pelo seu genro ivatista David Zilbersztajn. A ANP tem se mostrado a inimiga nº 2 da Petrobras. Atrapalha a empresa, cria fórmulas e dispositivos que a desfavorecem como a portaria nº 3 que a impede de se defender da inflação e da correção cambial. Dá 3 anos para a PETROBRAS pôr em produção os seus campos em águas profundas, enquanto estabelece o prazo de 8 anos para as demais concorrentes. “E dá outras nocivas providências”.
Obriga a empresa a apelar para parcerias. Áreas onde ela investiu pesado, correu todos os riscos e desenvolveu tecnologia, é obrigada agora a dividir os lucros com aquelas empresas que não quiseram correr os riscos. É como se a PETROBRAS comprasse um bilhete premiado e fosse obrigada a repartir o prêmio, recebendo só a metade do valor da compra do bilhete.
1998
Corte nos investimentos. Impede a emissão de debêntures para obter recursos para investimentos. Libera a importação de equipamentos sem IPI e ICMS para multi nacionais.
Proíbe tomar empréstimo no exterior (a 6% ao ano). Impasse na negociação salarial (continua até hoje).
Em plena Copa do Mundo a ANP retira mais 35% das áreas escolhidas pela PETROBRAS, restando para ela apenas 7,1% do total.
ANP emite a Portaria nº 3 que impede a Petrobras de se defender da desvalorização do real e da inflação.
Ocupação
Em 1998, seis empresas ocupam o 12º andar do EDISE (duas delas comandaram a privatização da YPF Argentina – Merryl Linch e Gaffney Cline) – para examinar minuciosamente todos os dados da PETROBRAS.
Neste mesmo ano, promove o corte de um bilhão nos investimentos. Novas paralisações em projetos e atividades importantes. Só a revisão do orçamento promove uma paralisação de mais de três a seis meses na Petrobras. Técnicos das áreas mais cruciais param os seus serviços para analisar e priorizar os cortes. É uma das piores armas de FHC contra a empresa. Projetos de alta rentabilidade vão se tornando inviáveis com as paralisações.
Garrote
Proíbe a empresa de tomar recursos no exterior a juros civilizados, impede-a de emitir debêntures para gerar recursos. Enquanto isto a ANP ameaça retomar as áreas que não produzirem em 3 anos da data da Lei 9.478.
Libera a importação de equipamentos com isenção de impostos pelas multinacionais, inviabilizando a competitividade dos fabricantes nacionais. Gera emprego no exterior e os extingue no País.
1999
Corte nos investimentos.
Delega ao Conselho de Administração o controle absoluto da empresa. Nomeia um conselho de raposas para isto, entre eles Jayme Rotstein, empresário fracassado, lobistas dos usineiros e suplente de senador na chapa derrotada do Roberto Campos e Pio Borges com 23 denúncias de improbidade administrativa no BNDES junto com Mendonça de Barros.
O governo corta novamente R$ 1 bilhão nos investimentos, nova paralisação na empresa. Promove um aumento brutal nos impostos da Petrobras. Alguns aumentaram até 4 vezes como o caso dos royalties. O pior é que sabemos que, se a Petrobras for privatizada, as Cinco Irmãs extinguirão os royalties como fizeram no Mar do Norte, na Índia e na costa da Califórnia, EUA. Alegam que a atividade em águas profundas é dispendiosa e arriscada, conseguindo com isto a revogação do royalty.
Rapinagem
O governo faz um decreto delegando ao Conselho de Administração o controle absoluto da PETROBRAS, modificando dois decretos existentes que davam essas atribuições ao governo.
O governo impede a Petrobrás (BR e Petros) de entrarem no leilão da CONGÁS. É mais uma ingerência ilegal e imoral na empresa.
Hélio Fernandes
Tribuna da Imprensa – 22/6/2004
PS – O artigo acima foi escrito pelo bravo Fernando Siqueira e publicado pelo “O Farol”, em 1999. Não tem uma linha deste repórter, apenas o espaço é meu. Mas como Fernando Siqueira, só defende o interesse nacional, em toda e qualquer situação, referendo e assino tudo o que ele escreve. Por que então escrever novamente?
PS 2 – E o recorte me foi enviado por Mario Lobo Cunha, outro bravo lutador, colaborador deste repórter, que mora em Porto Alegre. Minha participação é apenas a da divulgação do que FHC fez contra a Petrobras e o próprio pai. Ressalte-se: todo o mérito para Fernando Siqueira e Mario Lobo Cunha.”
Hélio Fernandes
Tribuna da Imprensa – 22/6/2004
extraído do site:
http://www.olobo.net/index.php?pg=colunistas&id=360&PHPSESSID=34bfd0971426469112ac06fbcfe

Lula salvou a indústria naval e ela se tornou a sexta do mundo



A matéria publicada na edição deste domingo (29/11) da Folha de S.Paulo, “Indústria naval renasce e já é a 6ª do mundo”, mostra que a indústria naval brasileira ressurgiu na esteira das encomendas da Petrobras e tem um estímulo adicional graças à descoberta do pré-sal.
Para o diário paulista, o boom do setor se sustenta nas encomendas de 42 navios da Transpetro, 28 sondas de perfuração da Petrobras e mais de 100 navios de apoio.
Pelos cálculos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as encomendas aos estaleiros e os novos investimentos somam R$ 55 bilhões. São 195 embarcações já contratadas ou com a construção anunciada.
Em nove anos, empregos subiram de 2.000 para 45 mil. E, segundo o jornal, O número deve aumentar nos próximos anos com a instalação prevista de cinco novos estaleiros – cada um pode ter até 3.500 funcionários.

No Governo do Farol/Zé Pedágio, a Petrobrás ia se tornar a Petrobrax.
No Governo do Farol/Zé Pedágio, a Petrobrás não comprava navio no Brasil.
No Governo do Farol/Zé Pedágio, a Petrobrás não comprava plataforma de petróleo no Brasil.
No Governo do Farol/Zé Pedágio, a Petrobrás não comprava sonda no Brasil.
Esse Governo é que o presidente Lula vai pendurar no pescoço do Zé Pedágio.
Paulo Henrique Amorim
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=23327

A dignidade perdida


A dignidade perdida
04/12/2009 16:27:49

Sócrates
Moderno, muito moderno! Mas, afinal, o que vem a ser moderno? Quando Rousseau usou pela primeira vez a expressão, a palavra “moderno” tinha o mesmo sentido que o atual, bem antes da Revolução Francesa e da Americana. O filósofo refletiu e discutiu como poucos de sua época sobre algumas das mais interessantes tradições modernas, como, por exemplo, a democracia participativa. Ele queria demonstrar as contradições implícitas nas transformações futuras ou em processos de amadurecimento.

Muitos séculos atrás, portanto, ele incomodava seus contemporâneos ao declarar em alto e bom-tom que a sociedade europeia estava à beira do abismo. O Velho Continente estava próximo de grandes perturbações revolucionárias decorrentes do que ele chamava de turbilhão social. Referia-se ao “espírito do tempo” dos grandes aglomerados humanos em formação, herança da migração do homem do campo para a cidade. Semelhante ao que se viu em nosso país em meados do século XX, com a formação de megalópoles insensíveis, irracionais e desfiguradas pela invasão descontrolada de uma imensa massa humana que perseguia um eldorado imaginário.

Certa vez, um dos personagens de Rousseau realiza uma, digamos, expedição ao olho do furacão social – uma viagem que seria empreendida por milhões de jovens no Primeiro Mundo e por desvalidos dos recantos menos desenvolvidos nos séculos seguintes. E o que ele vivencia? Uma sociedade em permanente conflito, geradora de conluios os mais diversos e em um contínuo ir e vir de opiniões antagônicas. Ou seja, seres eternamente contraditórios.

Nota ainda as inúmeras oportunidades que se lhes apresentam e repara na necessidade de estar pronto a eventualmente modificar os seus princípios, com o objetivo de ajustar os passos perante a plateia.

Entre as frases desse personagem, algumas ferem as “modernas” convicções. Uma em particular nos fala alto: “De todas as coisas que me atraem, nenhuma toca meu coração, embora perturbem meus sentimentos de modo a fazer com que me esqueça de quem sou e qual é o meu lugar”. Chocante como tudo o que até hoje nos cerca, os tais “tempos modernos”. Uma atmosfera estressante a nos embriagar e sedar, expandindo o nosso leque de experiências possíveis, as quais, contudo, serão usufruídas somente se destruirmos nossas barreiras morais.

E no futebol, “moderno” quer dizer o quê? O que seria arcaico e o que é “moderno” e contemporâneo? Contemporâneo no sentido clássico do termo indica o período iniciado na Revolução Francesa, no qual a razão deveria imperar, a ciência encontraria respostas a todas as querências humanas e a civilização progrediria sempre, a partir dos conhecimentos que gradativamente seriam adquiridos. Terminologia questionada em sua essência quando constatamos os terríveis e sangrentos conflitos que insistem em se perpetuar mundo afora e que são obra dos chamados povos desenvolvidos. Conflitos por energia, riquezas ou simples mania de mandar.

Teríamos de considerar arcaico o futebol ou seus precursores como um jogo de bola que seria praticado na China 26 séculos antes da nossa era. Ou o jogo indígena com bola de látex – como até hoje ocorre na Amazônia – conhecido pelos navegadores espanhóis quando aportaram em terras americanas. Ou o Calcio italiano, cujas regras foram fixadas no fim do sé-culo XVI. Por extensão, o que veio depois seria o “moderno”?

Não exclusivamente, diria eu. O futebol “moderno” deve ser chamado assim a partir do momento em que esse esporte tornou-se um grande negócio e, como consequência, perdeu muito de sua beleza, encanto, paixão e ingenuidade. Ou seja, tenha deixado de ser exclusivamente humano para se transformar no “moderno” de Rousseau.

Onde já não cabe o chamado “amor à camisa” evidente, por exemplo, no rosto do goleiro Barbosa, responsabilizado pela derrota da nossa seleção no único mundial disputado em terras tupiniquins. Barbosa, que carregou com galhardia o terrível fardo que destruiu sua simples e dedicada existência, como se debulhasse o trigo.

O goleiro da seleção é, porém, de um tempo em que os jogadores não viviam em eterna contradição, conluios nem conflitos. De um tempo em que as oportunidades eram poucas e que, por isso, não precisavam mascarar seus princípios. Tempo em que jogar futebol tocava seus corações apaixonados pelo jogo. E a atmosfera que os cercava nem de longe os sedava e cegava. E onde os goleiros sempre tentavam defender todas as bolas, inclusive os pênaltis, mesmo os incompreensíveis. Eram tempos nada “modernos”, como se pode ver. E, no entanto, muito mais dignos.



Sócrates
Pênalti
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=5634

O blecaute, o aquecimento global as metas de carbono do Brasil


O blecaute, o aquecimento global as metas de carbono do Brasil
16/11/2009 12:02:44

Ricardo Young
Quanto mais o tempo passa, mais tenho a convicção de que pertenço a uma geração privilegiada de brasileiros. Uma geração que sobreviveu à ditadura militar, à inflação alta, a quatro longas recessões, a três quebras do país e a alguns eventos menos graves como o racionamento de energia de 2001 e o blecaute de terça-feira, dia 10 de novembro.

Sim, porque talvez nós dessa geração sejamos dos poucos seres humanos que pudemos vivenciar na prática alguns dos cataclismas previstos nas teorias sobre as conseqüências das mudanças climáticas.

Se não há mais tempo para evitá-las, podemos ao menos torná-las menos catastróficas. E é este o sentido de toda a discussão sobre metas de redução de carbono que ocorre no Brasil e em todos os países do mundo.

O governo finalmente assumiu “objetivo voluntário e consensual” de reduzir as emissões do país entre 36 e 38,9% até 2020. Uma atitude ousada, porque implicou enfrentar alguns setores industriais poderosos que ainda não perceberam a gravidade da situação. Estamos diante de um fenômeno sistêmico cujas manifestações, ainda embrionárias, já deram mostra do seu poder de desorganização da sociedade.

Estas forças sociais se prevalecem do fato de termos uma dificuldade, diria genética, de imaginar tragédias. Talvez por isso os interesses particulares se sobreponham às necessidades da humanidade. Não é só o Brasil que teve dificuldades em aprovar metas. Os países mais industrializados, e com maiores índices de emissões de carbono, também tergiversam sobre o assunto, como se não fosse com eles – e, principalmente com eles o desafio de reverter o quadro de destruição que se avizinha.

De qualquer forma, mesmo sem chamar de “meta” o governo brasileiro anunciou um número concreto para corte de emissões e levou em conta, para isso, uma estimativa de crescimento anual de 5 a 6%.

Com isso, poderemos chegar a 2020 com o mesmo volume de emissões de 2005.

Objetivo ou meta, a redução de carbono tem impacto na vida dos brasileiros. Vai exigir mudanças nos processos industriais, nos hábitos de consumo, no modo de vida em geral. Algumas profissões podem desaparecer, algumas práticas empresariais também. Por isso, de acordo com o governo, a definição desta meta-objetivo foi feita em conjunto com empresários, trabalhadores, cientistas, ONGs e órgãos do governo federal.

Concretizar a redução de 38,9% pode não ser tão complicado assim. Metade disso será alcançada com a queda em 80% do desmatamento. Os outros 20% dependem de esforços na pecuária e na indústria.

Pecuária sustentável exige mudança de algumas práticas rurais centenárias no Brasil. Uma delas é a criação extensiva, raiz do desmatamento. Outra é o uso de trabalho análogo à escravidão. Produção industrial sustentável, por sua vez, está na razão direta dos investimentos em inovação e tecnologia, numa dimensão que nosso país nunca teve.

Tomara que, agora, o governo trate este “objetivo voluntário” com o mesmo empenho com que cuida da meta da inflação, diga-se de passagem, outro “objetivo voluntário e consensual” do país. Se há tantas medidas macro e microeconômicas para controlar a inflação, por que não fazer o mesmo com a redução de carbono?

Copenhague está chegando e seria bom que, no melhor espírito voluntário deste debate, governos, pecuaristas e industriais, bem como setores da sociedade civil ainda refratários às evidências, entendessem que o Brasil já perdeu muita floresta, o mundo está esquentando e que nenhum país vai comprar produto que venha de desmatamento ou de indústria altamente poluidora.

http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=5514
Ricardo Young
Desenvolvimento sustentável