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terça-feira, 3 de maio de 2011

A estatística na escola através de gráficos e tabelas.



Muitas vezes, os alunos apresentam certa dificuldade de interpretação de
gráficos, tabelas, de comparações e interpretações dos dados apresentados. No
entanto os meios de comunicação utilizam a linguagem matemática, linguagem essa
que a maioria dos educandos não consegue fazer a conexão das informações
divulgadas com a Matemática. É importante que os mesmos comparem, leiam e
interpretem gráficos e tabelas de maneira significativa e realizem cálculos de
porcentagem em diversas situações de seu cotidiano, visto que estão cada vez mais
presentes em todos os tipos de mídia e em diversas atividades diárias dos
estudantes. É essencial que a escola proporcione ao estudante, desde o Ensino
Fundamental, a formação de conceitos que o auxiliem no exercício de sua
cidadania. Porém, devemos oportunizar aos alunos situações que desenvolvam a capacidade de coletar, organizar, ler, interpretar e comparar dados, obtendo
conclusões, que colaborem em sua formação como cidadão atuante na sociedade.
Assim é necessário possibilitar o acesso aos saberes matemáticos,
promovendo ações que influenciem os alunos a interpretá-los e compará-los,
colaborando na formação de um cidadão crítico, com diversas habilidades, para que
sejam capazes de fazere diversas leituras de seu mundo, dando oportunidades de
compreenderem e transformarem sua realidade, relacionando os conteúdos
estudados, com situações reais de seu dia-a-dia.
GISETE IZELLI DOS SANTOS
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1524-8.pdf

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Basta abrirmos um jornal, uma revista ou assistirmos à televisão para percebermos que, cada vez mais, a estatística é incluída ao nosso cotidiano e ao de nossos estudantes. Informações de toda natureza passam rapidamente sob nossos olhos em forma de gráficos e tabelas. Este se tornou um hábito tão comum no dia a dia de qualquer pessoa, mas será que os livros didáticos estão vendo a estatística como uma linguagem usual a ser ensinada?

A exposição de dados através de gráficos e tabelas faz parte da linguagem universal matemática e sua compreensão é requisito básico para a leitura de informações e análise de dados. No entanto, para um receptor não alfabetizado em estatística os modos de representar a complexidade de informações podem oferecer dificuldades de entendimento. O não entendimento, a interpretação intuitiva ou equivocada da matemática estatística pode ser uma forma de exclusão do indivíduo da sua cidadania, tornando-o um sujeito mais facilmente manipulável.

Ensinar estatística para as crianças desde o período de alfabetização tornou-se uma necessidade social. Não pensamos o seu ensino de um amontoado de fórmulas e cálculos, mas em desenvolver no aluno a habilidade de coletar, organizar, interpretar e tomar decisões frente aos dados, utilizando a estatística como ferramenta.

A estatística passou, então, a ser alvo de muitos educadores e livros didáticos a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do ensino fundamental, em 1997, pois em seu terceiro volume (destinado à Matemática) um dos princípios norteadores reconhece a importância das diferentes formas de representar as informações matemáticas e a sua relação significativa com a realidade do aluno.

Ao refletirmos sobre a importância de tratar a estatística na escola como uma linguagem a ser ensinada para desenvolver a habilidade de ler, interpretar e organizar dados matemáticos, sentimos que ainda há muito a ser feito na educação matemática em relação ao tratamento da informação. Os documentos oficiais solicitam o seu ensino e a sociedade reconhece a importância do assunto para a formação do cidadão, no entanto, raramente faz parte da prática de sala de aula.

Os livros didáticos, que são fontes de pesquisa dos professores, não têm clareza do que é tratamento da informação e aqueles que incluem o assunto em seus conteúdos, fazem-no de forma desvinculada com a realidade, com dados prontos, sem que o aluno precise coletar, organizar e interpretar. Os tratamentos são muito valorizados principalmente nas tabelas (que são utilizadas em todos os livros), e as conversões são esquecidas. A quase ausência de mudança de sentido entre as conversões observadas nos livros didáticos mostra que o pouco que se fala em ensino de estatística ainda aparece de forma estanque, como a maioria dos conteúdos desta disciplina.

Agora, fator essencial, preponderante que deve ocorrer: a conscientização de que o ensino da estatística deve acontecer de forma contextualizada, participativa e utilizando os diferentes registros de representações que os gráficos e tabelas permitem para que o aluno seja capaz de ir e vir entre eles, conjecturar, refletir e tomar decisões frente aos dados.
Edna Alves Neves
Pedagoga
Pós-graduanda em Psicopedagogia Institucional